segunda-feira, 6 de abril de 2009

Disturbios da aprendizagem- Aspectos médicos

Área Educacional

OBJETIVOS


No capítulo 12, “Distúrbios da aprendizagem”, foram abordadas
entidades neurológicas, psicológicas, psiquiátricas, que interferem no processo de
aprendizagem.
Dentro das causas neurológicas, abordaremos aqui a epilepsia, sendo
assunto importante para o contexto do capítulo.

LEITURA RECOMENDADA


O que é epilepsia e crise epiléptica?
Jackson propôs, no final do século XIX, a definição moderna de
epilepsia: “descarga anormal excessiva do tecido nervoso”. Posteriormente, esse
autor acrescentou: “esta descarga ocorre em vários graus; ocorre em todos os tipos de
condições patológicas, em todas as idades, e sob forma de inúmeras circunstâncias”.
Não há uma definição completamente satisfatória de epilepsia. Epilepsia
não é naturalmente uma doença específica, ou mesmo uma única síndrome. Sob esta
denominação, compreende-se ampla categoria de sintomas complexos decorrentes
de funções cerebrais alteradas que podem ser secundárias a um grande número de
processos patológicos. Crises epilépticas são eventos clínicos que refletem disfunção
temporária de um conjunto de neurônios de parte do encéfalo (crises focais) ou de
área mais extensa envolvendo os dois hemisférios cerebrais (crises generalizadas).
A crise epiléptica é causada por descarga elétrica anormal excessiva e
transitória de células nervosas, decorrentes de correntes elétricas que podem ser
detectadas em registros de eletroencefalograma.
Quais as formas clínicas mais observadas em crianças?
Felizmente as formas mais comuns são benignas. Aquelas que no curso
clínico tendem a remissão completa sem riscos de deterioração neuropsicomotora.
Os principais critérios de benignidade são: inteligência e exame
neurológico normais; baixa freqüência de crises; apenas um tipo de crise em cada
criança e boa resposta terapêutica.
Epilepsia Ausência Infantil
É uma síndrome epiléptica generalizada com idade de início entre os três
e 12 anos e pico ao redor de 6 anos. A crise é caracterizada por perda total da
consciência com duração de cinco a 20 segundos. Durante a crise, a criança está
totalmente desconectada do meio, não responde a estímulo e, ao término da crise,
continua a realizar a tarefa anterior. Podem ser muito freqüentes (até 200 crises/dia).
(vide apresentação de crise e do traçado do EEG no PowerPoint) .
As epilepsias benignas com paroxismos centro-temporais (rolândica) e
epilepsia benigna com paroxismos occipitais são menos freqüentes.
Aspectos cognitivos podem ser comprometidos pela condição, pelas
crises ou pela medicação?
Pacientes com epilepsia apresentam dificuldades cognitivas e
problemas comportamentais dos quais o déficit de memória, ansiedade e depressão
são os que predominam. Essas alterações podem ser resultado da combinação de
vários fatores, como a doença de base causadora da epilepsia, descargas neuronais
(ictais e interictais), drogas anti-epilépticas ou de aspecto psíquico (distúrbio do
humor) e psicossociais (estigma, preconceito).
Acredita-se que as drogas anti-epilépticas podem estar associadas a
déficits cognitivos. A politerapia (uso concomitante de várias drogas) é provavelmente
o fator mais influente para o desencadeamento dos efeitos indesejáveis.
Concluindo:
1. As drogas anti-epilépticas podem provocar déficits cognitivos em
maior ou menor intensidade, porém habitualmente é de pequena monta.
2. O fenobarbital provavelmente é a droga que mais transtornos
cognitivos acarreta;
3. A politerapia está habitualmente associada a mais efeitos colaterais.
Sites recomendados para leitura complementar do assunto:
www.abcdasaude.com.br Epilepsia/convulsão - Ataque
epiléptico
www.abcdasaude.com.br/artigo.php?95
www.abcdasaude.com.br/artigophp?425 Transtornos
Psiquiátricos na Infância, Transtornos da aprendizagem,
Transtornos das habilidades motoras e transtornos da
comunicação (linguagem).
www.abcsaude.com.br?artigo.php?13 Afasia

REFERÊNCIAS


GUERREIRO, Carlos A. M.; GUERREIO, Marilisia. Epilepsia. São Paulo: EPM 2004.
DIAMENT, Aron; CYPEL, Saul. Distúrbios de aprendizagem. Neurologia Infantil. 4. ed.
São Paulo: Atheneu 2005.

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