segunda-feira, 6 de abril de 2009

Filosofia da educação e pedagogia

Área Educaci
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO E PEDAGOGIA

Para que não façamos confusão é necessário um alerta. Falamos de metafísica e ontologia em Parmênides. Com mais direito ainda poderemos usar essas palavras para Platão. Mas, na verdade, a palavra só apareceu após Aristóteles. E as subdivisões da filosofia são posteriores a Aristóteles. Foi o organizador das obras de Aristóteles, depois de sua morte, que colocou o livro a que o filósofo deu o nome de “física”, antes de um outro, que tinha como assunto a “filosofia primeira”, ou “teologia”, segundo denominação do próprio Aristóteles. Tal organizador agiu assim seguindo o que Aristóteles deixou pressuposto: aquele livro seria “o livro que vem depois da física” em grego, o ta meta ta physika.
(Paulo Guiraldelli Jr.)

INTRODUÇÃO

O objetivo deste texto de apoio é o de colaborar com vocês, na diferenciação de dois conceitos: fundamentar e justificar, como uma das funções da filosofia da educação, em relação à pedagogia, a fim de que haja uma boa interação entre vocês e o tema, adquirindo o conhecimento.
Inicialmente, vou colocar aqui, de uma forma bem sintética, duas propostas de teorias pedagógicas, a fim de mostrar-lhes , que muita vezes, a pedagogia proposta pelo filósofo da educação não tem como ser efetivada. Entretanto, o filosofo insiste em saber: A pedagogia vigente está correta? Ou ainda: “Será que, ao menos em parte, a pedagogia que todos aplaudem não poderia ser mudada para melhor?
Nos dois casos, embora de maneiras diferentes, podemos entender o sentido radical adotado pelo filósofo da educação. Entretanto, radical não quer dizer irrealizável.

Síntese das teorias.

A) Rousseau, na França, século XVIII, insistiu na idéia de que seu o aluno nunca deveria olhar os céus com um telescópio, ou pesquisar insetos com microscópio, se ele mesmo, o aluno, antes de tudo, não os tivesse inventado.
Ora, ao ler Rousseau, deveríamos acreditar que nós, professores, teríamos de esperar que cada aluno desenvolvesse sozinho não só a curiosidade, mas também a habilidade para construir um telescópio e um microscópio.
Também, poderíamos ler Rousseau, de um outro modo: como um bom filósofo da educação que radicalizou o modo de como educar seu pupilo, exatamente para mostrar que a educação vigente estaria negligenciando o fomento à curiosidade e entregando “tudo pronto” à criança? A segunda opção é a correta.
B) Ivan Illich, como reitor da Universidade Católica de Porto Rico, nos anos 70 do século XX, defendeu a tese de que a instituição escolar não era só desnecessária, mas danosa, em especial no Terceiro Mundo. A escola seria desnecessária porque as informações seriam obtidas, cada vez mais, fora dela, na medida em que os processos tecnológicos fossem ampliados.
A escola seria danosa para o Terceiro Mundo uma vez que, como sabemos, é uma instituição cara, que carrearia recursos dos pobres para a idéias de educação pública que, enfim, não os levaria a lugar nenhum, uma vez que lhes faltava, mesmo, coisas bem mais básica em suas sociedades. Illich se notabilizou pela defesa da “sociedade sem escolas”.
Ora, deveríamos realmente achar que Illich, ali na reitoria da Universidade, iria decretar o fim da escola no dia seguinte do discurso em que radicalizou tal idéia? Ou deveríamos acreditar que sua atitude foi a de quem queria nos fazer pensar numa sociedade sem escolas exatamente para nos levar a imaginar quanto tinha nos acostumado a deixar a educação nas mãos da escola? A segunda opção é a correta.

REFERÊNCIAS


GUIRALDELLI JÚNIOR, P. Filosofia da educação. São Paulo: Ática, 2006.
————————. O que é filosofia da educação. Rio de Janeiro, DPA, 2000.

onal

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