segunda-feira, 6 de abril de 2009

Inovações que a informática nos trouxe- Estrutura e funcionamento do ensino

Área Educacional

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Uma das grandes inovações que a informática nos trouxe (talvez a maior delas), é a possibilidade de comunicação de um aparelho com outro, através de uma rede de conexões locais ou de uma linha telefônica: são as redes de computadores, que interligam literalmente milhões de pessoas num “único” lugar, chamado de ciberespaço.
Esse espaço surge como resultado da interconexão de computadores através de todo o planeta, e se refere “não apenas a infraestrutura material da conexão digital, mas também o universo oceânico de informações que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo” (LÉVY apud FILATRO, 2004, p. 38).
Essas conexões propiciam a interligação dos usuários entre si, formando uma rede de comunicação, onde cada participante constitui um nó da malha, e seu acesso a outros nós constitui a trama da rede. A formação dessa rede, que se assemelha às ligações neurais do cérebro humano, possibilita a conectividade, o companheirismo e a solidariedade entre os inúmeros nós dessa rede.
Convém lembrarmos, no entanto, que embora por esse ciberespaço circule um sem número de informações, o acesso a estas não assegura a possibilidade de transformá-las em conhecimento. Construir o conhecimento é uma tarefa complexa, para a qual não basta criar condições de acesso à informação. Para que essa transformação ocorra, é necessário que haja pensamento lógico, raciocínio e juízo crítico (MARTÍNEZ, 2004, p. 97).
Essa assertiva nos remete de volta ao fato de ser a escola o principal agente de organização do pensamento humano, no processo de aquisição e construção do conhecimento. Transformar as informações em conhecimento requer a re-organização dessas em um pensamento lógico, contínuo e crítico, que avalia o seu conteúdo e a sua qualidade, procedência e confiabilidade, para então contextualizá-la dentro dos objetivos que originaram a pesquisa da informação.
A escola é um ambiente privilegiado de aprendizagem. Nela, o currículo, a formação dos professores, a administração do tempo, do espaço, o material didático estão planejados para ajudar a constituir um ambiente de aprendizagem. Ela é muito eficaz para o fim a que se propõe. Bilhões de seres humanos passaram por suas salas, por sua estrutura e pelas práticas de seus mestres e formaram-se cidadãos. Melhores uns, piores outros, mas foi a prática deles que definiu os rumos da sociedade. A escola humanizou os jovens que por ela passaram (ALMEIDA; FONSECA JUNIOR, 2000, p. 60).
Se o ambiente educacional constituído pela escola baseia-se em sua capacidade de administração dos espaços e conhecimentos, e se a comunicação entre os participantes é fator primordial da transmissão do conhecimento entre os indivíduos, podemos concluir que o espaço cibernético, onde confluem informações e experiências de todos os “nós” da rede, constitui um espaço de oportunidade para a construção de conhecimentos, desde que as informações sejam criticadas, reorganizadas e contextualizadas.
Em nossa analogia do ciberespaço com o ambiente escolar, notamos que transformar o espaço virtual num ambiente de ensino/aprendizagem requer que o ciberespaço seja entendido e reorganizado em suas dimensões, da mesma forma que o espaço escolar é organizado de forma a produzir a adequada oportunidade de aquisição cognitiva nas diversas áreas do conhecimento humano.
A partir do pressuposto de que conhecimento é o processo pela qual se determina a relação entre sujeito (que conhece) e objeto (que poderá, ou não, vir a ser conhecido), construir o conhecimento significa estabelecer métodos que possam orientar o sujeito para desvendar as propriedades essenciais do objeto a ser conhecido, através de formulação de hipóteses e experimentação delas para determinar se são falsas ou verdadeiras.
Essa nova forma de se apropriar do conhecimento propõe caminhos de aprendizagens com a utilização de dispositivos tecnológicos reconvertidos em pedagógicos pelo uso específico. O caráter educativo é obtido pelo convívio, pelo uso e pela transformação que se possam fazer deles. (GOMEZ, 2004, p.185).

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