domingo, 15 de março de 2009

Aspectos medicos

OBJETIVOS


O autismo foi abordado de forma rápida e específica no capítulo 10
“Distúrbios da Comunicação - A linguagem. Aspectos Neurológicos”. Neste material,
será abordado de forma mais ampla e detalhada pela sua importância no aspecto da
aprendizagem.

LEITURA RECOMENDADA


Em 1943, Leo Kanner descreveu 11 crianças que tinham em comum
padrões de comportamento bastante originais. Designou estas crianças como tendo
“distúrbios autísticos do comportamento afetivo” e acreditou que representavam uma
síndrome bastante rara, mas provavelmente mais freqüente do que seria esperado
pelo pequeno número de casos.
Autismo não é uma doença única, mas sim um distúrbio de
desenvolvimento complexo que é definido do ponto de vista comportamental, com
etiologias múltiplas e graus variados de severidade. Um fator muito importante é a
habilidade cognitiva.
As manifestações comportamentais que definem o autismo incluem
déficits qualitativos na interação social e na comunicação, padrões de
comportamento repetitivos e estereotipados. E um repertório restrito de interesses e
atividades. A grande variabilidade no grau de habilidades sociais, de comunicação e
de padrões de comportamento que ocorrem em autistas tornou mais apropriado o uso
do termo transtornos do espectro autista(TEA).
Os déficits na interação social em TEA podem manifestar como
isolamento social ou comportamento social impróprio; contato visual pobre; dificuldade
em participar de atividades em grupo; indiferença afetiva ou demonstrações
inapropriadas de afeto; ou falta de empatia social ou emocional.
Os déficits de comunicação afetam, em graus variados, tanto a
habilidade verbal quanto não verbal de compartilhar informações com os outros. Alguns
não desenvolvem habilidades de comunicação. Outras têm linguagem imatura,
caracterizadas por jargão, ecolalia, reversões de pronomes, prosódia anormal,
Aspectos Médicos do Portador de Necessidades Especiais
entonação monótona. Os déficits de linguagem e comunicação persistem a vida toda,
e uma porção de autistas permanece não verbal.
Padrões repetitivos e estereotipados de comportamento característicos
do autismo incluem a resistência a mudanças, a insistência em determinadas rotinas,
o apego excessivo a objetos, o fascínio com o movimento de peças (tais como rodas
ou hélices. As crianças podem até manipular brinquedos, mas tendem a preocupar-se
em alinhá-los ou manipulá-los em vez de usá-los simbolicamente. Estereotipias
motoras e verbais tais como: balançar-se, bater palmas repetitivamente, andar em
círculos ou a repetição de determinadas palavras, frases ou canções. No adulto há
tendência em manterem interesses restritos , em tópicos limitados tais como horários
de trens, ônibus etc.
Na ausência de um marcador biológico, o diagnóstico de autismo e a
delimitação de seus limites permanecem uma decisão clínica um tanto arbitrária.
Nos Estados Unidos, os critérios usados para diagnosticar autismo são
os descritos no Manual Estatístico e Diagnóstico da Associação Americana de
Psiquiatria (DSM-IV).
A avaliação de indivíduos autistas requer uma equipe multidisciplinar e o
uso de escalas objetivas. Técnicas estruturadas existem e devem ser utilizadas para a
avaliação tanto do comportamento social das crianças (atenção conjunta, contato
visual, expressão facial de afeto), quanto da capacidade de imitação. Uma das
escalas utilizadas é a Childhood Autism Rating Scale (CARS), a qual classifica em
formas leve, moderada ou severa.
Outro instrumento utilizado é a Escala de
Comportamento Adaptativo de Vineland, que tem o potencial de
medir desenvolvimento social em uma população normal e que
pode ser comparada com indivíduos autistas.
Os estudos em neuropatologia, neurroradiologia e
neuroquímica ainda não apontam para uma etiologia bem estabelecida. Em genética ,
embora muitos cromossomos tenham sido implicados com o autismo, nenhuma
resposta definitiva está presentemente disponível.
Intervenções terapêuticas
O manejo de autismo requer uma intervenção multidisciplinar. As bases
do tratamento envolvem técnicas de mudança de comportamento, programas
educacionais ou de trabalho e terapias de linguagem/comunicação. É essencial
trabalhar com psicólogos ou educadores bem-treinados em análise comportamental
funcional e em técnicas de mudanças de comportamento, pois este interfere na
integração de crianças autistas dentro da família e da escola e de adolescentes e
adultos na comunidade. Movimentos anormais são comuns em autistas e incluem as
estereotipias (movimentos repetitivos das mãos, balanço repetitivo do corpo),
anormalidades de postura e uma variedade de movimentos anormais.
Deficiências em tarefas de imitação motora e anormalidades na marcha.
Convulsões ocorrem em 16% a 33% de crianças autistas. Os fatores de
risco principais para epilepsia são retardo mental severo e a combinação de
deficiência mental severa com um déficit motor. Outro fator associado a um risco
aumentado para epilepsia em crianças com autismo é o tipo de déficit de linguagem.
Farmacoterapia
As medicações disponíveis ao tratamento ficarão a critério médico.
Prognóstico
Em geral é variável e provavelmente depende da severidade das
etiologias subjacentes.
Sites recomendados para leitura complementar do assunto:
www.abcdasaude.com.brartigo.php?44
www.biodanzasp.com.br/autistas.htm
www.biodanzasp.com.br/crianças.htm
www.biodanza.sp.com.br/especiais.htm
www.psiqweb.med.br/infantil/autismo.html

REFERÊNCIA


DIAMENT A.; Sypel S. Autismo. Neurologia Infantil. São Paulo:
Editora Atheneu, ed 4ª. 2005.

Nenhum comentário:

Postar um comentário