terça-feira, 31 de março de 2009

Estrutura e funcionamento do ensino

Área Educacional

LEITURA RECOMENDADA


Apesar dos esforços em tornar público o acesso às novas tecnologias digitais, por meio de disponibilização de equipamentos em espaços públicos e sua utilização gratuita, nosso país se encontra distante de uma inclusão digital efetiva, em vista dos fatores sociais que contribuem para a exclusão da maior parte da população a quem não basta facilitar o acesso às novas tecnologias: é necessário que se construa sua cidadania a partir da educação.
A introdução das novas tecnologias no mundo civilizado impõe às pessoas a aquisição de novos conhecimentos que nem sempre estão disponíveis: é semelhante a disponibilização de bibliotecas para um povo analfabeto, ou que não tenha adquirido a norma culta. Apesar da vasta gama de informações disponível, seu uso restringe-se à procura de poucas informações específicas, que satisfaçam a necessidade de um determinado momento.
É nesse contexto que a escola, como agente socializador e promotor da construção do conhecimento, tem seu papel mais importante: de não somente utilizar as novas tecnologias como instrumentos de transmissão de informações, mas como ferramentas que propiciem a aquisição do saber e de consolidação da cidadania do seu público alvo, os alunos.
Assim como a escola é o principal agente responsável pela formação do conhecimento, mediando a sua construção e democratização dos conteúdos também cabe a ela proporcionar a sua inclusão digital, fornecendo os conteúdos que a nortearão em seu desenvolvimento junto às novas tecnologias.
Semelhante ao processo de alfabetização propriamente dito, a mera disponibilidade dos equipamentos não possibilita a sua apropriação cultural, como a disponibilidade de livros revista e periódica não é suficiente para que seu conteúdo compreendido e apropriado. Dessa forma, percebemos que o papel da escola, em especial o do professor, é determinante no desenvolvimento do indivíduo que se aproxima das novas tecnologias, orientando sua utilização e apontando as possibilidades de sua utilização para a construção do conhecimento.
“A educação no contexto digital deve ser vivenciada como uma prática concreta de libertação e de construção da história”, afirma Gomez (2004), e nessa prática devem estar envolvidos tanto alunos quanto professor, ambos como aprendizes solidários num projeto de construção da sociedade.
Na década de 1960, em contraposição à cultura alfabética, houve a emergência da cultura áudio-visual, produzindo verdadeira revolução nos meios de comunicação e na sociedade. A escola inovou seu currículo, particularmente no ensino da linguagem, que procurou abranger as novas expressões vocabulares que se iam instalando num contexto cada vez mais complexo. Não houve dúvidas de que a linguagem possuía um papel na constituição da realidade social.
Menos de meio século depois o processo se repete com a emergência da cultura digital, que também exige uma reformulação da linguagem, com ingresso de novos vocábulos e signos que diariamente são depositados em nossa cultura. Da mesma forma, surge a necessidade de reformulação do currículo escolar para incorporar as tecnologias emergentes, e, sobretudo a sua incorporação como ferramenta de aprendizagem, incorporando-as às práticas escolares tanto quanto já estão inseridas nas práticas sócio-culturais.
A globalização e a informatização caracterizam um novo tipo de sociedade, denominadas sociedade da informação.
Formar pessoas para um mundo globalizado, imerso em uma cultura digital e em acelerada mudança – a educação tradicional vê aflorar novas formas de pensar, de construir e de comunicar o conhecimento, as quais lançam importantes questionamentos quanto a seus objetivos, práticas e resultados.
Esse aspecto faz-nos refletir sobre caminhos para uma prática educacional que cumpra sua função social, reconhecendo na tecnologia uma aliada, que tenha condições de analisar criticamente o que lhes é proposto e impulsionar mudanças internas e externas baseadas em suas necessidades, valores e prioridades.

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