domingo, 29 de março de 2009

Identidade adolescente com relação a sua estrutura familiar- Psicologia do desenvolvimento

Área Educaci

OBJETIVOS

Pretende-se neste texto tratar da identidade adolescente com relação a sua estrutura familiar.

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Numa cultura que difunde a busca do sucesso, há aqueles que se consideram “perdedores” e que representam os jovens potencialmente excluídos do sistema de ensino superior de qualidade, em que o processo decisório se apresenta de forma mais complexa.
As causas relacionadas ao sentimento de exclusão, não estão vinculadas somente à origem social do sujeito, pois há fatores relacionados à sua vivência escolar, ao processo de construção de sua própria identidade, incluindo neste as figuras com as quais o jovem se identifica ou mesmo aquelas com quem não pretende se identificar, aos valores e ao ideário familiar, à ideologia social e outros.
Considera-se que numa família bem estruturada, com uma dinâmica grupal saudável, o indivíduo tem condição de estabelecer uma relação construtiva com o mundo do trabalho, ao passo que em famílias cuja dinâmica grupal se desenvolve de forma deficitária, deverá haver um comprometimento no potencial ocupacional do sujeito, dada a multiplicidade de fatores envolvidos no processo de tomada de decisão. Além disto, aspectos como a capacidade de adaptação dos sujeitos, de interpretação e juízo de realidade, de discriminação, de hierarquização de objetos e, fundamentalmente a capacidade para esclarecer a ambigüidade e tolerar a ambivalência relativa aos objetos concorrem para que o adolescente supere as dificuldades do denominado momento adolescente.
Knobel (1996) trata a família como uma forma de “totalidade muito específica, no qual cada membro tem firmado um papel, uma determinada função que desempenha, queira ou não queira, consciente ou inconscientemente, e na maioria das vezes desta última forma. Assim cada componente do núcleo vê-se comprometido, envolvido, em algo que transcende os limites de sua própria individualidade e que implica o participar de uma responsabilidade coletiva” (p. 96).
Afirma o psicanalista que a família tem um peso tão grande que precisamos compreender seu significado. Assim sendo a realização plena da individualidade específica dos sujeitos está condicionada a este tipo de compreensão. Diz o estudioso:
“Ter identidade adolescente não é fácil, com crise econômica e social. É muito mais difícil com crise moral e de valores. Nesses momentos a confusão é total”. (Knobel, 1996: 44).
Pudemos observar em nossos estudos que os sentimentos dos pais com relação ao momento relativo à escolha de um curso superior por seus filhos é um misto de apreensão e confiança, medo e esperança. Não só a ansiedade revivida pelos pais, em função de suas próprias decisões de vida, mas uma exacerbação deste sentimento devido à atual situação social do país.
Tendo em vista o entendimento de que o grupo familiar e os valores desse grupo são bases significativas na orientação do adolescente, entendemos, conforme Bohoslavsky (1977), que o grupo de participação e de referência fundamental é a família, quer a família seja um grupo de referência positivo, quer a família seja um grupo negativo de referência.
Portanto, o universo de representações do adolescente não pode estar descontextualizado do seu grupo de referência familiar.
Consideramos, então, que todo indivíduo nasce dentro de uma estrutura social objetiva e vai se inserindo no mundo social objetivo, ele participará ou não dessa estrutura tendo como base o filtro estabelecido pelos outros significativos.
As oportunidades de inclusão ou não do sujeito estão vinculadas ao contexto e ocorrem de várias formas, pois a energia grupal da família pode ser um dos fatores mais importantes para a construção da segurança e autonomia do indivíduo para fazer escolhas, sem descontextualizá-las.



onal

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