terça-feira, 31 de março de 2009

História da educação II

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No decorrer do processo de socialização o homem dá continuidade a vida, isso significa uma contínua readaptação e reestruturação do ambiente as necessidades dos organismos vivos. Ao se renovar à existência física, renova-se também os ideais, esperanças, aventuras, sofrimentos e hábitos. A sociedade e a vida biológica subsistem através da transmissão por meio da comunicação dos mais velhos para os mais novos, dos hábitos, do pensar e do sentir, sem essa comunicação, a vida social não persistiria. Para a continuidade da vida em grupos ou em frações de classes não basta simplesmente crescimento físico, meios de subsistência, mas também de esforço e reflexão, conhecimento da base dos grupos, que é fornecido através da educação. A educação é, portanto, um instrumento de continuidade, ruptura e mudança social da vida.
É através da educação, que os indivíduos chegam a possuir as coisas em comum, que se ajustam à sociedade, ao mesmo tempo em que desenvolve suas potencialidades e a própria sociedade. Toda sociedade desse modo utiliza os meios que julga necessário para perpetuar sua herança cultural e treinar os mais jovens nas maneiras de ser e pensar do grupo. A educação pode ser recebida por duas vias a informal e a formal.




1.1 EDUCAÇÃO INFORMAL

A educação informal, difusa ou assistematica é a que acontece, no correr da vida diária, pelo aprendizado das tarefas normais de cada grupo social, pela observação do comportamento dos mais velhos, pela convivência entre os membros de uma sociedade. É realizada sem qualquer plano, sem local ou hora determinada. Todas as pessoas, todos os grupos, toda sociedade participam dessa forma de educação. Nas comunidades mais isoladas, onde ainda não há escolas, a educação informal é a única forma existente. Nessas sociedades, as crianças e jovens aprendem e se apropriam de habitus e costumes participando ativamente da vida familiar e comunitária, adaptando se pouco a pouco ao estilo de vida do grupo.

1.2 EDUCAÇÃO FORMAL

Em sociedades complexas como a nossa, a educação informal só não basta. A divisão social do trabalho e a extrema especialização exigem das crianças a passagem pela escola, onde recebem educação formal ou metódica.
Esta visa apenas a transmissão de determinados conhecimentos, técnicas ou modos de vida tida como necessárias à prática da vida cotidiana. São códigos e conhecimentos próprios de uma sociedade tidos como culturalmente legítimos.Dentro da cultura, escolhem certos elementos considerados essenciais ou mais necessários para serem transmitidos na escola, por pessoas especializadas - os professores.Segundo Bourdieu as frações privilegiadas culturalmente conseguem impor ao sistema de ensino os códigos legítimos aos demais grupos sociais.
A escola emprega, portanto vários meios e métodos para atingir seus objetivos educacionais. Entre eles se destaca o local apropriado, horário obrigatório de estudo, currículo planejado para cada etapa da educação e métodos e materiais didáticos apropriados a transmissão dos vários conteúdos.
As instituições sociais, como a família, a igreja e os meios de comunicação de massa, exercem grande influência na educação dos indivíduos. É a escola, porém, a instituição especificamente organizada para transmitir as crianças o saber sistematizado, ou seja, a norma culta.A escola é uma a instituição formadora de habitus (sistema de disposição) que tem por função, como já dito democratizar a herança cultural legítima da sociedade.
A Lei de Diretrizes e Bases (9.394, de 20/12/96) estabelece no artigo 1° que a educação abrange todos os processos formativos (família, trabalho, movimentos sociais, organizações da sociedade, manifestações culturais). O artigo 2° estabelece que a educação é um direito de todos e um dever do Estado; deve ser baseada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade; e deve proporcionar uma preparação plena para a cidadania e o trabalho.

1.3 A RESPONSABILIDADE DA FAMÍLIA

Durante muito tempo a família foi a principal quando não a única instituição educativa. As crianças aprendiam as habilidades técnicas necessárias à vida adulta bem como o que significava ser um membro da família e da comunidade onde vivia, respeitando assim os seus direitos e deveres Após a revolução industrial, acelerou se a separação entre a família e a educação profissionalizante, assim como as roupas que as próprias famílias faziam passaram a ser produzidas em larga escala num estabelecimento chamado fábrica, foi preciso criar uma instituição que se responsabilizasse pela educação. Atualmente, em virtude da complexificação do saber, a família deixa de ser a principal educadora dos filhos em vários campos.
No entanto, mesmo com o advento da escola, nenhum cientista social duvida que a família ainda seja importante no desempenho educacional dos jovens. A influência da família pode se dar de várias formas.
As famílias podem oferecer aos seus filhos, para um melhor desempenho escolar, livros, recintos próprios para o estudo, material didático, bem como pagar uma boa escola e professores particulares. Sem contar o capital cultural que ela pode oferecer como as viagens, visitas a museus, a zoológicos, livros paradidáticos, jogos educativos e instrutivos. Percebe-se assim que as famílias mais abastadas culturalmente poderão oferecer mais em detrimento de outras famílias com menos posses, gerando assim diferenças em termos de sucesso escolar.
No que se refere à participação da família na vida escolar, orientação e auxílio nas atividades escolares, a família possui um papel fundamental, no entanto, com a constante renovação dos conteúdos escolares e seus enfoques isso pode ocasionar sérios problemas para aquelas famílias com menos grau de instrução do que aqueles com cursos universitários.
Para uma criança ser bem sucedida na escola ela precisa de constante motivação. O sucesso escolar muitas vezes está relacionado com a motivação que a família consegue despertar nos filhos em relação à instrução. Pesquisas mostram que os pais, sobretudo os das classes menos favorecidas, valorizam a escola e o incentivam, até como uma forma de dar a seus filhos o que não tiveram.
A atuação da família na escola deve ser complementar à ação educativa e jamais deve funcionar como substituta da escola.





Educacional

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